Belo Monte: labilidade técnica

Em entrevista à Isto É Dinheiro, no domingo (06), o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmerman garantiu que o projeto de Belo Monte pode ser viável e lucrativo. Revelou que o consórcio Norte Energia, vencedor do leilão, tinha na manga uma alteração no projeto original que vai  diminuir o custo da obra.


Parece que o precedente da usina de Jirau, no rio Madeira, em que o consórcio vencedor alterou, depois do leilão, a localização da usina, contaminou o setor elétrico. No caso de  Belo Monte  a mudança está nos canais de desvio das águas do rio Xingu. Constavam do projeto  dois canais a serem escavados em rocha e revestidos de concreto, que alimentariam o reservatório da casa de força principal. Agora é  apenas um. É impressionante a labilidade técnica dos responsáveis pelo projeto. (TM)

Comentários

  1. prezada telma:
    Gostei do título, parecido com "maleabilidade técnica". O novo ministro, pelo menos é do ramo, ao contrário da nossa maior sumidade Lobão (o outro, é claro) para justificar a mudança. Mas, como esperado: "é a raposa tomando conta do galinheiro". Quem fez o projeto?
    Quem sabe o novo ministro tenha uma explicação sobre a diferença entre custo do Kwhora gerado e o preço da tarifa cobrada: uma diferença de 700%.
    abaixo comentário sobre artigo do prof Ildo Sauer:
    CARROS DEMAIS e caros demais
    O grande problema dos automóveis nas grandes cidades não está na poluição por eles produzida, pois a maioria deles está parada nos estacionamentos, nas garagens das residências ou mesmo no trânsito por absoluta falta de usuários.
    A maior parte da poluição local é causada por veículos diesel, durante muito tempo subsidiado pelo poder público. Aliás, foi o subsídio prolongado ao diesel que provocou distorções na escolha do veículo adequado ao trânsito das grandes cidades, que poderia ser feito por veículos leves, a gasolina como acontece nos Estados Unidos. O subsídio prolongado leva o usuário a falsa impressão de que o motor a diesel é mais barato, quando na realidade é um motor pesado de alto custo de capital e consumo ao país como um todo.
    Foi o subsídio que levou ao chamado “clube da D 20” e dos carros esporte a diesel, verdadeiro palácio ambulante utilizado por pessoas de posse nas grandes cidades. O subsídio prolongado foi tambem responsável pelo trânsito de caminhões em detrimento do transporte ferroviário.
    O subsídio e os baixos encargos sobre a gasolina são os responsáveis pelo “culto do automóvel” e é um obstáculo a adoção de carros elétricos como contribuição para diminuir o trânsito louco das grandes cidades brasileiras.
    O grande problema dos automóveis está na área por eles ocupada, requerendo dos poderes públicos cada vez mais vias para circularem. Não é, tipicamente, um meio de transporte, mas um brinquedo de luxo, como um quadro de arte pendurado na parede ou título nobiliárquico. Automóveis não têm nada a ver com transporte de passageiros. Existem meios mais racionais de transportar pessoas.
    Se continuar escalada de fabricação de veículos como desejam os países em desenvolvimento não demora as vias das cidades estarão, de tal forma entupidas de veículos que o automóvel se tornará inútil para circulação, como vem mostrando a realidade das pequenas cidades. É provável que o automóvel se transforme num “totem”, bezerro de ouro consumidor das energias dos poderes públicos dos países em desenvolvimento do futuro.
    Mas, este é assunto para urbanistas, políticos e filósofos.
    O motor de carros se comporta, termodinamicamente como miniusinas térmicas ambulantes, autônomas como a velhas locomotivas a lenha, que carrega seu próprio combustível e transforma diretamente a energia contida no combustível em energia mecânica de acionamento do veículo. Daí seu prestígio pela autonomia e potência para atender solicitações inesperadas de demanda. São ineficientes pelo processo, mas muito eficientes pelo “regime de velocidade”, acompanhando as inovações de modernas técnicas de fabricação (6000 RPM).

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