Teles Pires e Tapajós: barragens transformarão os rios numa série de lagos

Indígenas Munduruku
Foto: Telma Monteiro

Movimentos Sociais exigem cancelamento de audiências públicas para UHE Sinop
Com uma passeata pelo centro da cidade Sinop (MT) uma aliança de movimentos sociais exige o cancelamento das audiências públicas referente à construção da hidrelétrica Sinop, uma das hidrelétricas que comporão o Complexo Tapajós. Os movimentos sociais são contra a construção destas usinas por causa dos desastrosos impactos sócio-ambientais e irreversíveis para a região. Será a morte dos rios Teles Pires e Tapajós.
 Comunicado à imprensa recebido dos movimentos que participaram do Seminário em Sinop, MT

O ato público encerra o seminário Amazonas em Debate: Compromissos das Universidades Públicas e Movimentos Sociais, que reuniu aproximadamente 500 pessoas do Mato Grosso, Pará e Mato Grosso do Sul, nos dias 10 a 12 de novembro, na paróquia da igreja São Cristovão em Sinop.

Nos três dias de debates e palestras professores das universidades estadual e federal de Mato Grosso e representantes dos movimentos sociais apresentaram temas como a história da ocupação da região Amazônica, a lógica do mercado de energia no Brasil e no mundo, os impactos sociais e ambientais da implantação de hidrelétricas em geral e especificamente no caso de Sinop e o complexo Tapajós.

A conclusão foi clara: o complexo de barragens transformará os rios Teles Pires e Tapajós numa série de lagoas de água estagnada, suja e morta, eliminando uma grande parte da biodiversidade, despojando milhares de pessoas, impactando comunidades tradicionais como povos indígenas, ribeirinhos, pescadores, pequenos agricultores e retireiros. Ao mesmo tempo, a energia gerada atenderá apenas às demandas da região sudeste do Brasil, criando poucos empregos para a região e muito lucro para as empresas de construção e de energia.

Cada entidade e comunidade presente deixou muito claro que está lutando em favor de uma sociedade justa e um modelo econômico verdadeiramente sustentável, com inclusão de todos os cidadãos, com outro modelo energético e respeito ao meio-ambiente. Um progresso que o modelo econômico vigente, o capitalista, não pode realizar. O complexo Tapajós também não atende a estas demandas, já que não está priorizando o homem, nem o meio-ambiente em que vive, mas os benefícios econômicos.

O último dia, sexta-feira, dedicou-se à definição da resistência contra as barragens. Formalizou-se o Fórum Teles Pires Vivo, que reúne as entidades presentes na luta contra as barragens da região. Discutiu-se o posicionamento frente às audiências públicas, consideradas como mero ritual para legitimar o empreendimento, a mobilização das bases na luta, e seus próximos passos, as alianças a serem realizadas a nível regional, nacional e internacional.

As entidades convidam outros movimentos e pessoas para aliar-se na luta contra as barragens.
  
Organizaram e participaram do seminário
  • ADOURADOS
  • ADUEMS
  • ADUFMAT
  • ADUNEMAT
  • CIMI
  • Colônia dos Pescadores – Sinop
  • Comunidades Eclesiais de Base
  • CPT
  • Fórum Mato-grossense de Meio-ambiente (Formad)
  • MAB
  • Movimento de Mulheres Camponesas
  • MPA
  • MST
  • OAB – Sinop
  • OPAN
  • Pastoral da Juventude Rural
  • Povo indígena Apiaká
  • Povo indígena Bakiarí
  • Povo indígena Enawene Nawe
  • Povo indígena Irantxe
  • Povo indígena Kaiabí
  • Povo indígena Karajá
  • Povo indígena Munduruku
  • Povo indígena Panará
  • Povo indígena Rikbaktsa
  • Povo indígena Yudja
  • Retireiros do Araguaia
  • Secretaria Regional Pantanal do ANDES SN
  • Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) – Sinop, Lucas do Rio Verde e Barão de Melgaço
  • SINDISEP
  • SINTEP
Informações:
Susy: (65) 3627 6777 ou (65) 3627 7304 (andesvpr@uol.com.br)
Sanches (65) 3664 4704 ou (65) 9223 7579
Joangela (66) 3511 2131 ou (66) 8423 8097

Comentários

  1. Parabéns pelo blog...e pelo trabalho tenho um blog queria que pudesse conhece lo este é o endereço informativofolhetimcultural.blogspot.com
    Ass: Magno Oliveira

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